Dermatite Atópica...já ouviu falar?

Eu não conhecia, até a Marcella nascer.
Hoje é dia de mais uma consulta no dermatologista. Não, não é para mim, é para minha filha de 1 ano e 11 meses.
Quando eu falo no twitter (siga aqui) que vou levar minha bebê ao dermatologista, muitas me perguntam o motivo. Hoje resolvi compartilhar com vocês para alertar a todas as mamães sobre essa alergia que não tem cura, pois não foi fácil descobrir.
Dermatite atópica é um distúrbio cutâneo crônico, caracterizado por recaídas frequentes e caráter imunológico. A pessoa que sofre de dermatite atópica também pode apresentar asma ou rinite alérgica.
Deixa eu explicar melhor: já ouviram falar em brotoejas, que costuma dar em bebês no calor? A Dermatite Atópica se parece demais, e esse foi o motivo de dificuldade de descobrir. Na época em que "apareceu" a dermatite na Marcella, ela tinha 8 meses, estávamos no verão. Levei a pediatra dela, que disse ser a tal brotoeja, aconselhou deixá-la bem a vontade, só de fraldinha e banhos constantes. Fiz isso por uns 3 dias e só piorou.

Chegou num domingo, eu me vi com ela se coçando (e não sabia mais o que fazer), chorando, irritada (mal dormia e noite) e cheia de vermelhidões pelo corpo. Levei-a num pronto socorro e o médico diagnosticou como alergia alimentar (e eu fiquei me perguntando por vários dias o que ela comeu de diferente). Ele passou um remédio para alergia e logo aliviou, o que me fez pensar que realmente era alergia alimentar.
Parei de dar o remédio e tudo voltou de novo, levava a pediatra, que nunca sabia o que era (claro que logo troquei a pediatra), até que minha mãe me aconselhou levá-la ao dermatologista. A médica bateu o olho e disse: Dermatite Atópica!
Oi? Que isso?
Pois é, foi aí que descobri essa alergia chata, que não tem cura...só controle. Hoje luto para combater dia após dia. Explicando melhor, a Marcella tem a pele muitoooo ressecada, é como se não tivesse oleosidade nenhuma na pele. No inverno, devido ao clima seco, piora. No verão, tenho que evitar os banhos constantes (no máximo 2 por dia), sendo que só no banho noturno posso usar sabonete (dermatológico), já que o sabonete tira a oleosidade do corpo.
Após o banho uso um creme hidratante que muitas já devem ter visto nas prateleiras das farmácias, chamado Cetaphil. Por falar nele, ele é ótimo não só para quem tem dermatite atópica. O precinho é salgadinho, mas isso não pode faltar aqui em casa já que a Marcella tem que viver constantemente com a pele hidratada por ele.
Essa alergia pode surgir em qualquer idade, mas costuma ter início entre 2 e 6 meses de vida. A maioria dos pacientes melhoram entre 10 e 14 anos (o que não quer dizer que se cura).
As vezes, a pele da Marcella resseca tanto, e coça tanto, que ela chega a se ferir, daí tem mais uma coisa para cuidar. É aí que entramos com o remédio para alergia (uso Hixizine) e se estiver muito ruim, até um corticóide (que deve ser evitado pois além de reter muito líquido, faz muito mal).

   



As lesões mais ressecadas concentram-se nas dobras da pele, como a frente dos joelhos, pescoço e dobras do braço.
Por causa da dermatite a Marcella não consegue usar brincos pois logo inflama. O ouro principalmente pois tem um componente que piora ainda mais. Na alimentação tem restrição com corantes.
Ela tem uma vida normal, a dermatite atópica não a atrapalha, mas requer uma série de cuidados (hidratante sempre, sabonete próprio, controle de banho), e remédios. Isso vai acompanhá-la para sempre, e já ensino a ela que tem que passar o hidratente quase toda hora. Hoje sou eu que passo, mas daqui há uns anos ela será responsável por isso e já tem que ir aprendendo.
A única coisa boa é que banho de mar é super indicado, então aproveitamos muito a praia!
Fiquem atentas aos sintomas (pele ressecada, coceira, que aparece antes mesmo das lesões, lesões avermelhadas) e procurem logo um dermatologista, até porque se for dermatite atópica, você fará visitas constantes ao dermatologista com seu filho!
Você já tinha ouvido falar nisso? Alguém tem ou tem filho que tem?